Deixa eu te contar um segredo: eu demorei para conseguir encaixar os meus livros num gênero literário que conviesse à mensagem que eu desejava veicular, à maneira como eu escrevia e sobretudo, à transformação que eu desejava operar nos meus leitores. Após muita pesquisa, muita recusa de me conformar aos moldes dos gêneros estabelecidos e, sobretudo, sabendo que eu teria uma grande missão à frente para abrir a cabeça do leitorado, eu encontrei a ficção visionária.

O que é ficção visionária?

Mas o que é a ficção visionária?

A Aliança de Ficção Visionária, a qual pertenço, define esse gênero como:

A Ficção Visionária abraça o conhecimento espiritual e esotérico, na maior parte do tempo de fontes antigas, tornando-o relevante para a nossa vida moderna. Germes desta sabedoria espiritual são trazidos sob forma de história para que os leitores possam experimentar tal conhecimento de dentro de si. A Ficção Visionária enfatiza o futuro e visualiza a transição da humanidade para uma consciência mais evoluída. Enquanto existe uma temática espiritual forte, este gênero literário não cai em proselitismo e nem em pregação.

Visionary Fiction embraces spiritual and esoteric wisdom, often from ancient sources, and makes it relevant for our modern life. Gems of this spiritual wisdom are brought forth in story form so that readers can experience the wisdom from within themselves. Visionary fiction emphasizes the future and envisions humanity’s transition into evolved consciousness. While there is a strong spiritual theme, it in no way proselytizes or preaches.

Visionary Fiction Alliance

Assim, esse gênero literário busca ajudar o ser humano a transicionar do seu estado atual de consciência para um estado mais evoluído através da literatura.

É o gênero que abriga as obras de autores como Paulo Coelho e Richard Bach, dentre os mais conhecidos. A grande preocupação deste gênero literário é imaginar o mundo no qual queremos viver. Este gênero incorpora a célebre frase “Seja a mudança que você quer ver no mundo”, atribuída ao líder Mahatma Ghandi, embora seja de autoria desconhecida.

photo of golden gautama buddha
ficção visionária

Um gênero literário flexível

O gênero literário é algo que você consegue determinar de início num bom livro, mas quando se trata da ficção visionária, o autor pode hesitar. Isso porque este gênero é muito flexi. Ele aceita pinceladas de gêneros alternativos, como realismo mágico, fantasia, horror e outros.

Quando estava escrevendo o Cidade das Mandalas ou mesmo A Grande Mandala, a sua continuação, eu me perguntava por vezes se a minha história não seria melhor acomodada pelo gênero da Fantasia. Apesar disso, quando eu tentava enquadrá-la neste gênero, era como se os meus personagens se escondessem de mim, e tudo em que eu pensava era na minha motivação ao escrever estes livros: o mundo exterior reflete o nosso interior.

O que estava acontecendo então? Por que pode ser difícil enquadrar as obras nesse gênero? Primeiro porque ele não é tão conhecido e nem tão difundido. Apesar de obras conhecidas como O Alquimista e Fernão Capelo Gaivota integrarem esse arsenal literário, poucas são as pessoas que ouviram falar do gênero. Segundo porque, à minha percepção, existe neste gênero o desejo de conciliar pluralidades humanas à origem comum a todos os indivíduos deste planeta. Por este motivo, existe a preocupação ecológica e espiritual em obras visionárias.

Isso explica em partes porque a maioria dos autores que escrevem nesse gênero são ativistas pacíficos, tentando inspirar a mudança interior, a única capaz de inspirar um movimento exterior.

A literatura a serviço da humanidade

A Ficção Visionária é o exemplo aplicado da literatura a serviço da humanidade.

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Para você que leu até o final, eu lhe ofereço um presente: a versão e-book do meu livro best-seller Mandala de Fogo.

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