Como escrever um livro de não-ficção

Como escrever um livro é uma das perguntas mais feitas ao Google e à qual esse artigo se propõe a responder. Enquanto eu escrevo esse artigo, o volume de pesquisas no motor de busca chega perto de oito mil por dia. Existe muita gente querendo saber como se faz para escrever um livro. Entretanto, quando lhe perguntamos sobre o tipo de livro que desejam escrever, as respostas são das mais diversas. É importante saber que fundalmentalmente, existem dois tipos de livro: a ficção e a não ficção. Nesse artigo buscaremos responder à pergunta do leitor que não sabe bem como escrever um livro de não-ficção.

O que é não-ficção?

O dicionário Priberam de Língua Portuguesa define a não-ficção como:

 Categoria de obras que não são baseadas na imaginação, mas antes em dados e personagens reais ou no tratamento teórico de determinados temas ou informações (ex.: biografia e documentário estão incluídos na não ficção; escolheram os melhores livros de  não ficção do ano).

“não-ficção”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/n%C3%A3o-fic%C3%A7%C3%A3o [consultado em 11-07-2022].

Assim, entra na categoria da não-ficção todos os livros que ensinam a fazer algo, os livros didáticos, de espiritualidade e auto-ajuda, enciclopédias, etc. Eis aqui alguns exemplos de livros em série ou não da categoria da não-ficção:

• A série Para Leigos,
• o livro Como fazer amigos e influenciar pessoas,
• o livro A sutil arte de ligar o foda-se,
• o livro O milagre da manhã,
• o livro Sobre a escrita,
• etc.

Objetivo de um livro de não-ficção

Toda a teoria sobre storytelling vale para a ficção quanto para a não-ficção. Exatamente como um livro de ficção, a não-ficção busca a resolver um problema. Essa é, ao meu ver, a razão que faz que escrever e vender não-ficção seja algo mais fácil: a solução para os problemas do leitor é mais fácil de mostrar e adotar. A ficção envolve uma operação mais complexa na medida em que apresenta para o leitor não uma solução imediata mas uma fuga da realidade. Falaremos mais sobre isso em próximos artigos. Para mais informações, leia Escrever um livro: da ideia para o papel e Escrever um livro do zero.

Assim sendo, se você se propõe a escreve rum livro sobre como montar um negócio a partir da publicação dos seus livros é bom que você saiba que:

• O seu leitor é uma pessoa que quer resolver um problema: o de como ser um escritor e como montar o seu negócio a partir da publicação de seus livros.
• Ao termo da leitura do seu livro, o leitor espera ter resolvido esse problema.

Exemplos de problemas que o seu leitor pode ter ao buscar a não ficção:

• Leitor recém-divorciado busca um livro sobre como superar o divórcio,
• Leitor metido a jardineiro compra um livro sobre como começar uma horta no terraço do seu apartamento,
• Leitor poliglota quer expadir seus conhecimentos e resolve aprender japonês sozinho, ele compra um livro para aprender esse idioma,
• etc.

Digamos que a resposta para esse problema, de maneira articulada, será a coluna vertebral do seu livro de não-ficção.

A transformação do leitor

Como eu escrevo no meu livro Como escrever um livro em 3 meses, o seu leitor deve passar do estado de A (pessoa que tem um problema) ao estado de B (pessoa que resolveu o problema GRAÇAS à leitura do seu livro).

Note que passar de um estado A para B implica necessariamente uma transformação do leitor, sem a qual não tem um bom livro. Para mais detalhes, leia os artigos Histórias que transformam e Vida de autor: virar escritor é se transformar.

Para receber mais conteúdo gratuito e personalizado, inscreva-se na lista de e-mail do Jornal dos Autores.