Quer virar escritor(a) e viver da escrita? Que ótima decisão! Eu te prometo um caminho maravilhoso de descoberta da sua voz, da sua vocação, do reconhecimento do público e de serviço para o mundo e para a humanidade.
Mas você vai ter que mexer a bundinha.
Ah oui!
Eu não vou escrever neste blog o que já estão provavelmente carecas de ler (escrever pela manhã, no mínimo 2000 palavras por dia, avançar na sua intriga, construir personagens fortes, show Don’t tell, ler muito, etc.) Todos estes conselhos a gente já sabe. E se você não sabe, então faça o trajeto indicado aqui abaixo! (ATENÇÃO: se você não entra no caso, pula para a parte seguinte 😉 )
1° Baixe o livro de PRESENTE
2° Visite esta página: Blog
3° Se precisar, entra em contato comigo 😉
Isto feito, entremos no SUCO da coisa.
Organizar a sua vida em torno da escrita toca algo mais profundo, com propósito, que é o pai de toda forma de reconhecimento. Eleja o que é mais importante para você no mundo todo (estou assumindo a este estágio que a escrita ocupa um lugar privilegiado) e estruture toda a sua vida em torno disso. Eu te juro que os caminhos se abrem por todas as partes para que você se desenvolva naquilo que quer fazer. É assim com os desejos que temos, é assim com o que nos esforçamos para fazer, é assim com o dinheiro, esta energia estranha que eu ainda estou aprendendo a manipular.
As perguntas a se fazer para te ajudar nessa tarefa são:
- Qual é a coisa mais importante para você?
- Você está atribuindo a importância devida a esta coisa?
- Qual é a única coisa que você pode fazer hoje para reestruturar a sua vida no sentido que deseja?
- E sobretudo (oh sobretudo!) qual é o lugar da escrita nessa macarronada que você chama de vida?
Tais perguntas ajudaram-me a traçar, pela via do experimento e da teoria, uma rotina para todos os meus dias. Uma rotina que inclui a atividade que eu tinha escolhido em 2011 para mim, que fez que eu largasse tudo e fosse atrás do sonho de ser escritora. Partilho esta rotina no eu livro Como escrever um livro em 3 meses e no meu artigo O dia-a-dia do escritor. Durante quase 2 anos, a tracei e eu ainda a aperfeiçoo a cada dia, a cada momento, porque sei que não sou um ser fixo e sim em evolução constante. O que foi bom ontem pode não mais ser bom hoje.
A verdade é que desde que o coronavírus nos obrigou a rever nosso modo de vida, a mudar paradigmas e a quebrar uma a uma as crenças e os modelos presentes dede quando vai saber, eu dei o passo definitivo e organizei a minha vida inteira em torno da escrita.
E desengane-se. Eu estava com medo!
Medo dos meus textos.
Medo de escrever com o meu sangue.
Medo de ficar paralizada novamente.
Mas o meu maior medo de todos era o de ter que voltar a fazer algo que pagava as minhas contas e cavava a minha tumba.
A minha vida mudou. Muito.
Eu amadureci em alguns pontos, amoleci em outros e, sobretudo, entendi uma grande parte da minha busca pessoal passa de força pela felicidade profissional, que é o desejo que eu coloquei no universo em 2009, quando eu parti para a minha primeira experiência de trabalho.
Dois dias antes da pandemia estourar e do mundo mudar para sempre, eu já tinha entendido que a minha vida nunca mais seria a mesma. Eu estava longe de entender a que ponto e a natureza dos desafios que se apresentariam e, com toda a inocência do mundo, ainda achava que o maior deles seria escrever o livro que há mais de seis anos vivia comigo. Eu ainda sentia medo de nunca conseguir costurar aqueles textos e que a Kundalini morresse dentro das águas do meu ser porque eu nunca consegui retirá-la da minha cabeça.
Hoje em dia, os desafios que eu tenho são de outra natureza. Duelar com aquela história, reescrever, expondo mais aquela ferida, pensando no leitor. Isso faz parte. Mas eu também ganhei desafios como tocar a barca de uma empresa em holandês, fazer a minha contabilidade e melhorar o meu plano de negócios. Eu confesso que para mim o mais difícil ainda é o marketing. Mas mesmo esse desafio se supera com o tempo, quando eu dei à escrita o lugar que ela merecia em minha vida: o centro.