A primeira vez que eu ouvi isso, pensei que era a maior idiotice que já me disseram. Eu me sentia perfeitamente capaz de escrever algo sem ajuda; tinha frequentado a escola, meu português era de nível correto, sou uma devoradora compulsória de livros e tudo o que tinha para saber, podia encontrar na internet de graça.
Isso até eu começar de fato a escrever um livro e examinar de perto o que faz de um livro um bom livro. Não é apenas uma boa história (incontestavelmente). Posicionar-se como um escritor que faz tudo sozinho é ignorar o imenso trabalho da indústria do livro ou da leitura beta que existe nos bastidores e que transfiguram o livro. A escritora Danielle Steel oferece em seu livro The right moment uma degustação certo utópica e quase irrealista do que é esse processo, mas se você estiver pronto (e suficiente treinado.a.e) para ver através do filtro cor-de-rosa que ela soca no personagem de Alex, poderá entrever os bastidores do processo de confecção de um livro, escrito por uma autora de potencial.
Para o autor, é claro, que cabe o trabalho sem o qual os outros não existiriam ou seja, a escrita da história. Mas a transformação desta em artigo de valor mercadológico cabe aos profissionais da edição e da publicação. Neste artigo, abordaremos a questão que cabe ao autor: escrever uma história com potencial de metamorfose, ou seja, que seja boa o suficiente para que os profissionais da publicação se interessem e queiram transformá-la.
E para isso, o autor não deve estar sozinho. Primeiro porque o trabalho de escrita pode se tornar algo extremamente solitário e, dependendo da personalidade do autor, esta pode ser uma cruz que o autor pensa que deve carregar sozinho. Isso não deve ser assim. Segundo, porque num mundo onde as exigências por uma boa história não cessam de aumentar, é preciso estar constantemente atualizado. O autor as vezes está no seu mundo e não deseja sair dele (pelo menor durante a redação).
Existem profissionais que ajudam o escritor atualmente através dos mais variados serviços. No nível da escrita, trata-se dos mentores, dos leitores beta e dos leitores críticos. Não há nada de mal em pedir ajuda a um amigo que você confia ou à comunidade do WhatsApp, mas o serviço que você obterá de profissionais do livro é outro. Ele possui um valor agregado de anos de expertise do profissional, é corroborado ademais pela objetividade (coisa que o sue amigo ou confrade do WhatsApp não terá necessariamente) e enfim equilibrado por um única motivação: a de te ver ter êxito no seu projeto.
Caso você pense que um livro bom é garantia de sucesso, eu já te digo que não é assim que funciona. A qualidade da história faz 30% do trabalho senão menos. O restante se distribui entre metamorfose do livro em artigo mercadológico, promoção e muito, mas muito trabalho.
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Realmente, disse tudo!
Um desses pontos altos em não escrever sozinho, é justamente por você estar escrevendo não apenas para si, mas para demais pessoas. Uma boa história consegue se conectar com o leitor e pra isso precisa haver identificação, transformação e de certa forma um realismo (mesmo nos gêneros de fantasia), coisas que conseguimos executar muito melhor quando dialogamos, principalmente sobre os nossos queridos protagonistas e antagonistas.
Um olhar fino que tu tens. 🤍
Como sempre, obrigada pelo input