No sábado passado, eu encontrei um velho amigo em Bruxelas. Ele tinha vindo para uma conferência sobre trabalho humanitário aqui na capital da Europa, como dizemos. Conversamos sobre tudo o que mudou nas nossas novas vidas, e o assunto sobre eu ter virado escritora com a pandemia surgiu necessariamente. Sendo brasileiro, este amigo não está acostumado a autores ganhando a vida com livros e com o mercado da publicação.
Eu perguntei-lhe porquê. Ele me disse: “Quando eu vejo um autor novo, o que me faz decidir se vou comprar o seu livro ou não é a editora. Se for publicado pela Companhia das Letras, eu lhe dou uma chance, senão eu nem passo perto”.
Ouvir aquela frase da boca dele causou-me um sentimento de esclarecimento. Eu estou no mercado brasileiro há quase dois anos e a tendência que notei, além da inclinação pelos best-sellers e por gêneros que já vendem, o leitorado brasileiro tem gostos solidificados e, diferentemente do mercado anglo-saxão, belga ou francês, que eu também acompanho de perto, o leitor brasileiro não confia fácil nos novos autores.
Isso me lançou numa pista de exploração: por que essa falta de confiança? Eu tenho muitas hipóteses, dentre as quais, a que eu observei durante estes dois anos de publicação e, seguindo os conselhos dos melhores profissionais da área de storytelling ativos na lusofonia, eu entendi que no mercado do livro independente brasileiro tem sim muita porcaria. E o dinheiro suado do brasileiro é contado. O budget para comprar livros também. Por esse motivo, o leitorado brasileiro prefere confiar naquilo que ja é consolidado e ter certeza de que, ao escolher um livro, ele passará um bom momento.
Caiu a minha ficha: é preciso educar não apenas os leitores (isso é um processo que leva tempo porque se estende na duração), é preciso educar os autores independentes para o mercado. Ensina-los não somente a produzir uma boa história, que deixe não somente o leitor contentado, mas o autor sentindo-se satisfeito. É preciso também educa-los na arte de se construir e vender um livro.
Wow, o trabalho é monstruoso. Isso não só implica educa-lo para a cultura indie, independente, de auto-publicação (que passa pela transformação de toda uma mentalidade), mas também educa-lo na arte de contar uma boa história. No caso de alguns mesmo educá-lo nas bases da língua portuguesa. O trabalho é duro. Mas o meu amigo me abriu os olhos naquele começo de noite em Bruxelas. Eu fiquei me perguntando: como fazer? Por isso, tomei uma decisão que anuncio a você que segue meu trabalho de perto: esse blog terá por função a partir de dezembro 2021 ajudar os autores para a publicação exclusivamente independente.
Para isso colocarei à disposição dos leitores e autores diversos canais com informação:
- O canal do Instagram: O Jornal dos Autores, com publicações semanais;
- O informativo semanal por e-mail “O Jornal dos Autores” cujo acesso, você pode solicitar aqui;
- O Livro “Como escrever um livro em 3 meses” que você pode obter aqui e
- O grupo do Whatsapp, onde você pode encontrar uma comunidade de escritores florescentes
Você, autor publicado ou em vias de publicação: qual é a sua maior dúvida/angústia/anseio com relação a esse mercado? O que te impede seguir adiante com o seu sonho de publicar? Deixe aqui nos comentários qual é a melhor maneira de te ajudar. Juntos, somos invencíveis!
Matérias sempre pertinentes, interessantes e úteis.
Obrigada Saulo. Fico feliz que goste 🙂
Sua análise foi bem coerente e e6muito bom esse apoio aos novos escritores.
Muito coerente a sua análise e que bom esse apoio aos novos autores.
Muito obrigada Adri. Espero colocar a minha parte da melhor maneira possível 😊